sábado, 27 de fevereiro de 2010

Os últimos dias e os seus enganos – Mt 24.1-31

Jesus responde para os saduceus em Mt 22.29, que aqueles que erram, erram por não conhecerem as escrituras, nem o poder de Deus.
Os equívocos surgem como resultado de uma ignorância escriturística.
Com isso, entende-se que é preciso aprender a ler o tempo com os óculos das Escrituras.
Sem um balizamento que dê garantia, tornamo-nos presas fáceis.
Este texto é altamente escatológico em seu conteúdo essencial, pois fala do que vai começar a Justificarocorrer naqueles dias (v.3). O que é mais acenado por Jesus neste texto é a possibilidade do engano.
Tanto é assim, que uma leitura superficial nos mostra que o erro seria um feitiço tão poderoso, que se possível, fisgaria os próprios eleitos.
Muitos sairiam pelo mundo a pregar e se arrogariam como supostos cristos.
Daí, alguns diriam: “Ele está ali”.
Outro: “Não, ele está acolá!”.
Deste modo, o engano se multiplicaria num efeito dominó.
Os falsos profetas brotariam como ervas daninhas num solo abandonado.
Doutrinas enganadoras seriam criadas para enganar até mesmo os eleitos.
Jesus havia advertido aos discípulos: “Acautelai-vos, que ninguém vos engane;
Porque muitos virão em meu nome, dizendo: Eu sou o Cristo; e enganarão a muitos” (vv. 4-5).
No verso 24, Ele diz: “Porque surgirão falsos cristos e falsos profetas, e farão tão grandes sinais e prodígios que, se possível fora, enganariam até os escolhidos”.
Ou seja, com isso vemos que a maior preocupação de Jesus era instruir os eleitos sobre a obviedade do engano.
Pois os últimos dias seriam dias de imensa confusão – nem mesmo o amor preservaria a sua a qualidade mais essencial, a de harmonizar as relações entre os homens.
Quando Jesus disse estas palavras, não estava explicitamente afirmando sobre um tempo vindouro, mas sobre um tempo inaugurado com a sua vinda.
Ou seja, aqueles fatos extraordinários descritos por Ele, começaram a ocorrer já nos seus dias, pois desde Jesus pisou na História, os últimos dias começaram.
Quando olhamos para os noticiários, quando paramos para refletir ou conversamos com alguém, percebemos como se encontra o ser humano neste estágio da História.
Vemos como as palavras de Jesus são precisas.
“E ouvireis de guerras e de rumores de guerras; olhai, não vos assusteis, porque é mister que isso tudo aconteça, mas ainda não é o fim.
Porquanto se levantará nação contra nação, e reino contra reino, e haverá fomes, e pestes, e terremotos, em vários lugares.
Mas todas estas coisas são o princípio de dores.
Então vos hão de entregar para serdes atormentados, e matar-vos-ão; e sereis odiados de todas as nações por causa do meu nome.
Nesse tempo muitos serão escandalizados, e trair-se-ão uns aos outros, e uns aos outros se odiarão” (vv.6-10).
Todavia, estas coisas são o princípio das dores.
O texto diz que o que vai amainar essa deflagração cósmica de acontecimentos sensacionais é a presença dos eleitos (v.22).
O paroxismo agudo dessa escatologia trágica impediria de até mesmo os eleitos serem salvos.
A cada dia que passa os homens tornam-se mais obstinados.
Os religiosos, mais hipócritas, munidos pelo mal-caratismo deslavado do engano.
Engendradores de táticas que capturam os homens e os faz escravos da ignorância, pois uma conseqüência do engano é a perda da capacidade de pensar.
Quem não pensa não tem a capacidade de ler o tempo e discernir a existência dos fatos que estão ao seu derredor.

Por Carlos Antônio M. Albuquerque.
Data: terça-feira, 21 de fevereiro de 2006, 9:56:39 AM

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